quinta-feira, 25 de julho de 2013

Centro de Cultura, a casa que nossos artistas esperavam, ainda está por vir

Por João Alberto David Vieira – relações públicas do Centro de Cultura

Alberto-DavidMuitos são os movimentos culturais da nossa terra que sempre têm lutado para tocar para a frente a nossa cultura, uma vez que um povo que não se preocupa com esse aspecto acaba perdendo a sua identidade.

A partir de l919 foi fundado o primeiro grupo de teatro, o Grupo Dramático União, inaugurando o ineditismo teatral em Conquista; logo após , o Grêmio Dramático Castro Alves, era a ala de letras de Conquista, de poetas do porte de Ernesto Dantas , Maneca Grosso , Laudionor Brasil e Camillo de Jesus Lima, fundador e presidente da Ala de letras.

Em l979, surge a Casa da cultura , na tentativa de união dos grupos teatrais existentes e com proposta de mobilizar os variados grupos.

Hoje a Casa da Cultura encontra-se instalada em uma sala em anexo ao Centro de Cultura .

Em l976, surge o grupo Avante Época, de teatro amador, que participa ativamente das encenações teatrais com brilhantismo, tendo à frente Avaniltom Carneiro. Logo depois, aparece o grupo comandado por Jeane Mary, buscando a formação de platéia e com importantes peças teatrais encenadas no Centro de Cultura; outros grupos apareciam, sendo que hoje parte destes artista está na capital estudando e alguns já fazendo sucesso. O teatro tomo como o exemplo maior na luta para ampliação dos movimentos dos artistas da terra assim como os Salões Regionais de Artes Visuais da Fundação Cultural e os Festivais de Música , mais os de menos apoio constituíram a arte do teatro e só depois de muito tempo apareceram os editais da Secult.

O Centro de Cultura veio para ser um divisor de águas da cultura conquistense, mas ainda está por desejar. Há muita coisa para melhorar, começando pelos próprios nomeados, ou seja, a direção desta casa , a princípio todos que aqui chegam já querem mostrar trabalho e os servidores precisam se virar diante da falta de modéstia e humildade de seus diretores no tratamento hierárquico. Acreditamos que o respeito tem que ser mútuo , mas, na maioria dos casos, sempre houve a arrogância . E isso dificulta a harmonia para uma administração digna, pois naquela casa tem funcionários com vários anos de serviço e não somos respeitados como deveríamos , pelo que fizemos durante quase três décadas , às vezes tratados com indiferença . Estamos há anos servindo à cultura, demos uma parte de nossas vidas ali , a exemplo dos funcionários mais antigos , no meu caso durante esse tempo nunca houve uma notificação que me desabonasse e nenhuma falta sequer e, ainda assim, somos tratados como não soubéssemos de nossos deveres . Numa administração, todos têm sua importância e função , uns trabalham com os braços , outros trabalham com a mente e por aí vai. Isso não quer dizer que não trabalham, somos observados, cobrados e caluniados pelos próprios colegas ( coisas do serviço público onde a inveja impera), Infelizmente,foi uma experiência muita triste para mim.

Voltando ao assunto com Avaniltom , Carlos Jehovah , Jeane e os mais novos, o teatro cada vez mais crescia , hoje a gente não vê mais nenhuma peça teatral de nossos artistas. É bem verdade que ficou desgastado e sofrido o Centro de Cultura pela lotação das agendas com artistas já feitos e globais, que não deixam de ser espetáculos e levar público para esta casa , mas as pautas deveriam priorizar os artistas locais. Repito, o Centro de Cultura foi construído e, em cima dos projetos que iriam “importar” novos artistas , seria interessante estimular e dinamizar esta cidade e região riquíssima de valores. Vem a calhar o exemplo do projeto das escolas públicas no qual os alunos eram inscritos e depois selecionados para as oficinas gratuitas , de artes visuais ,dança , teatro ,capoeira e outras formações .

Sem dúvidas nenhuma, o Centro de Cultura não tem culpa. É apenas uma construção de ferro, cimento e aço ; não há emoção , a culpa é de certos administradores que falham na conduta, na falta de projetos e na falta de ética aos funcionários. Eles têm que dizer por que estão ali , como diretor, de mostrar cultura e não tanta preocupação com horários, pontos e outras bobagens. Ali é uma Casa de Cultura não é uma empresa privada, não tem mais crianças. Nós, os funcionários, é que devemos ter a consciência de aproveitar o tempo naquilo que fazemos de melhor, a mim em particular me cabe o papel de relações públicas, e não ficar de braços cruzados para cumprir horário.

Há uma nova direção

Votos que o novo diretor busque recursos e trabalho da mídia, valorizando bem como seus colegas de trabalho e os novos artistas que estão por aí, sem oportunidades de mostrar os seus valores., que saiam do anonimato e escreva o nome desta terra , através de novos valores , em outras plagas , como Glauber Rocha , Elomar figueira , Ricardo Castro. O que o Centro de Cultura precisa é de harmonia e de projetos para o seu desenvolvimento .

Vários diretores por aqui passaram, mas poucos aproveitaram o seu tempo e tornaram-se referência . Estes são os nossos votos: desejando ao novo diretor que preserve a modéstia, o que lhe é peculiar, nestas mal escritas palavras.

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