Até pessoas que não estavam na manifestação foram atingidas na Radial Oeste e Quinta da Boa Vista
por CHRISTINA NASCIMENTO , LUISA BUSTAMANTE , LUIZ ALMEIDA e RICARDO SCHOTT
Rio - A Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, e o entorno do Maracanã pareciam cenários de uma guerra durante a manifestação de estudantes contra o aumento do custo de vida, neste domingo. Numa ação em que mostrou despreparo, o Batalhão de Choque usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e de pimenta contra o grupo de cerca de duas mil pessoas que protestava de forma pacífica.
Sobrou até para quem estava só passando por perto. A Polícia Militar, no entanto, negou que tenha havido excesso e afirmou que vai repetir a tática quando obstruírem vias (no caso de ontem, as que davam acesso ao estádio foram bloqueadas).
Vídeo: Bombas e gás contra os manifestantes
O grupo repetia gritos de guerra como ‘Sem violência’ e ‘Choque, eu te amo’. “Isto aqui é uma manifestação pacífica, então vamos combinar: quem tem pavio curto fica atrás. Quem tem paciência vai na frente. Sem violência, sem palavrão e sem máscaras. Ninguém precisa esconder o rosto”, orientou o estudante de direito Adolfo Vieira Tavares, 28 anos.
Muitos pais amarraram camisetas nos rostos das crianças para que elas não respirassem a fumaça das bombas lançadas na Quinta, onde parte dos manifestantes se aglomerou fugindo do Choque. Famílias que faziam piquenique saíram correndo. O portão do parque chegou a fechar.
“Só queria passar o domingo com meu filho. Estou chocada. Ele começou a chorar com o barulho dos tiros e com a ardência na garganta da fumaça”, contou a secretaria Maria José Silveira, 28. A confusão acabou com a festa de aniversário da filha de 9 anos da psicóloga Kelly Campos, 42: “As crianças estão assustadas. Não tem clima mais”.
A ação da polícia não poupou nem quem tentava embarcar na Estação de São Cristóvão, onde o metrô fechou depois da confusão. O militar Artur Bandeira e a namorada, Rayanne Oliveira, foram surpreendidos com bombas nos acesso às plataformas. Hoje haverá manifestação às 17h na Cinelândia.
FONTE E MATÉRIA COMPLETA: O DIA
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