segunda-feira, 4 de março de 2013

Goleiro Bruno, enfim, volta a enfrentar a Justiça

Defesa tenta, a partir desta segunda, provar que jogador não sabia do plano para sequestrar e matar Eliza Samudio. Para acusação, réu não tem escapatória

Bruno-sera-levado-de-novo-a-juri-popular-em-marco-size-598Bruno será levado (de novo) a júri popular em março - Alexandre Brum/Ag. O Dia

Pouco mais de três meses depois de sentar no banco dos réus pela primeira vez, em novembro do ano passado, o goleiro Bruno volta a enfrentar a Justiça nesta segunda-feira. Ao lado da ex-mulher, Dayanne Rodrigues de Souza, o ex-jogador, que figurou entre as apostas para a seleção brasileira, submergiu um pouco mais desde que seus advogados conseguiram adiar o júri sobre a morte da jovem Eliza Samudio. Em novembro, depois de uma série de manobras dos advogados dos principais réus, os processos passaram a correr separados, e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, fez uma confissão parcial que leva a Justiça a encarar o assassinato de Eliza como fato consumado. Principal figura da acusação, o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, que conseguiu a condenação de Macarrão, acredita que o goleiro não tem saída.

“O Bruno planejou toda a trama macabra com apoio do Macarrão. São inúmeras as provas, desde o sequestro de Eliza e Bruninho, no dia 4 de junho de 2010, no Rio, quando mãe e filho foram levados para a casa no condomínio no Recreio dos Bandeirantes, até o assassinato em Minas”, disse Henry Castro ao site de VEJA.

Os personagens que vão se encontrar a partir das 8h no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já se conhecem. Os únicos nomes pendentes são os sete jurados que serão sorteados no início da sessão pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que acompanha o caso desde o desaparecimento de Eliza Samudio. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais acredita que, desta vez, o resultado do júri será conhecido em até três dias – ou seja, na quarta-feira.

O goleiro será julgado por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado. Preso desde 8 de julho de 2010 na Penitenciária Nelson Hungria, Bruno trocou de defensor algumas vezes, até que, em meio ao primeiro júri, assumiu o caso o criminalista Lúcio Adolfo da Silva. Dayanne responde em liberdade pelo sequestro de Bruninho.

Como já está provada a morte de Eliza, acusação e defesa devem se concentrar nos detalhes que põem Bruno como mandante do crime. Desde a confissão parcial de Macarrão, a estratégia da defesa é criar para os jurados a versão de que o crime teria ocorrido por decisão de Macarrão, à revelia do patrão – algo que o Ministério Público rechaça e contesta com provas. “Temos registros de que Bruno deixou uma ordem na portaria (do condomínio no Recreio dos Bandeirantes) proibindo a entrada da então noiva, a dentista Ingrid. Isso porque Fernanda estava no imóvel. Fernanda ajudou a vigiar Eliza, que estava com um ferimento grave na cabeça e era mantida refém em um dos quartos da casa”, disse Henry Castro, mostrando que tem munição para desmontar os relatos da defesa que considera fantasiosos.

FONTE: VEJA

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