quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Reencontro…


por Alberto David

Reencontro

Onde estás, Rosimar?
Tão criancinha, foste
como um filhote de passarinho ou um botão em flor.
Onde estás, Rosimar?
Eu era um adolescente e te zanzava
em meus braços,
ninando...
Fazendo sorrir.
Mas agora tu ali inerte, imóvel...
Coberto de flores, como uma tela de natureza morta,
não mexia,
não sorria.
Descabriado, corri para o meu quarto para esconder o meu pranto,
como se pudesse fazer isso _ enganar a dor.

Seria o primeiro irmãozinho que ganhava, após as meninas...
E o chão caiu !
Onde estás, Rosimar?
Tu voaste como um pássaro e desapareceste pelas nuvens,
num céu esfumaçado,
que lança meu olhar numa forte recordação...
E faz vê-lo novamente,
senti-lo novamente.
Estás, Rosimar:
ao redor da canção que não morre;
entre os peixinhos do mar
ou te fazendo
de borboletas em tons, que só os gênios sabem misturar,
voando por aí,
naquelas manhãs belíssimas de mais leveza, mais espirituais...
É a tua presença como os arcanjos, às vezes enviado por Deus,
Ou, talvez, quem sabe, aquela criança que hoje passou por mim
e sorriu...
Não foste tu, Rosimar?
Outra vez _ num reencontro?

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