por Alberto David
Reencontro
Onde estás, Rosimar?
Tão criancinha, foste
como um filhote de passarinho ou um botão em flor.
Onde estás, Rosimar?
Eu era um adolescente e te zanzava
em meus braços,
ninando...
Fazendo sorrir.
Mas agora tu ali inerte, imóvel...
Coberto de flores, como uma tela de natureza morta,
não mexia,
não sorria.
Descabriado, corri para o meu quarto para esconder o meu pranto,
como se pudesse fazer isso _ enganar a dor.
Seria o primeiro irmãozinho que ganhava, após as meninas...
E o chão caiu !
Onde estás, Rosimar?
Tu voaste como um pássaro e desapareceste pelas nuvens,
num céu esfumaçado,
que lança meu olhar numa forte recordação...
E faz vê-lo novamente,
senti-lo novamente.
Estás, Rosimar:
ao redor da canção que não morre;
entre os peixinhos do mar
ou te fazendo
de borboletas em tons, que só os gênios sabem misturar,
voando por aí,
naquelas manhãs belíssimas de mais leveza, mais espirituais...
É a tua presença como os arcanjos, às vezes enviado por Deus,
Ou, talvez, quem sabe, aquela criança que hoje passou por mim
e sorriu...
Não foste tu, Rosimar?
Outra vez _ num reencontro?
Nenhum comentário:
Postar um comentário