segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Caso Bruno: ligações entre Bola e Macarrão são peça-chave

Amigo do goleiro Bruno e suspeito de matar Eliza conversaram cinco vezes no dia do crime

 
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Adriana Cruz
Vania Cunha

 
Minas Gerais - Crime premeditado. Para sustentar a condenação do ex-goleiro do Flamengo Bruno Souza e dos outros quatro réus que serão julgados dia 19 pela morte de Eliza Samudio, ex-amante do jogador e mãe de um filho dele, o promotor Henry Wagner Vasconcelos pretende mostrar como o plano do assassinato foi arquitetado.

As ligações de celular entre Luiz Henrique Romão, o Macarrão, fiel escudeiro do atleta, e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, aliados de Bruno na execução da vítima, são as principais provas que a acusação vai lançar mão. Segundo as investigações, os dois conversaram na véspera do provável assassinato, 9 de junho de 2010, no dia do crime e no dia seguinte.
 
Foto: Agência O Dia
Goleiro Bruno vai responder por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, referente à morte de Eliza | Foto: Agência O Dia
 
Um dia antes do sequestro de Eliza no Rio, em 4 de junho, Macarrão e Bola já haviam conversado pelo telefone. “No dia seguinte, quando ela já havia sido sequestrada e passou a noite na casa do Bruno, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, Macarrão e Bola voltaram a falar pelos celulares, como foi registrado pelas operadoras", argumenta Henry. Durante as investigações, Macarrão chegou a negar que conhecia Bola.


Segundo o promotor, Eliza foi atraída de São Paulo ao Rio e levada para Minas com a promessa de que o atleta reconheceria a paternidade do filho e pagaria pensão. Já Daynne, ex-mulher de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, teriam auxiliado na vigilância de Eliza e Bruninho durante o cativeiro.

Quatro minutos e meio de diálogo na véspera do crime

Na viagem de São Paulo para o Rio, Eliza Samudio, 25 anos, trouxe na bagagem mais que roupas e a expectativa de um entendimento com Bruno. Com ela, viria sua sentença de morte, o desfecho trágico de um relacionamento marcado por brigas, agressões e chantagem de ambas as partes. Na cabeça dos envolvidos na trama macabra, o destino de Eliza já estaria traçado. E a hipótese da premeditação do crime baseia-se nas provas colhidas durante o processo: a quebra de sigilo telefônico é peça importante.

Apesar das alegações de que o contato por telefone entre os dois era só para providenciar um teste de futebol para o filho de Bola, para a polícia, a sequência de telefonemas entre os acusados, em dias e horários determinantes para o crime, é a prova de que Eliza embarcou numa viagem sem volta.

A primeira ligação apontada pela investigação foi às 12h55 do dia 4 de junho de 2010, cerca de nove horas antes de Eliza e seu filho Bruninho serem pegos na porta do Hotel Transamérica, na Barra. O contato entre Bola e Macarrão dura 39 segundos. A partir dali, o amigo do atleta iria tatuar no corpo a polêmica homenagem ao jogador e, em seguida, levar a ex-amante de Bruno para seu primeiro cativeiro.
 
Foto: Arte O Dia
 
No processo sobre o crime, de quase 10 mil páginas, constam mais detalhes da conta telefônica dos acusados. Em 9 de junho, véspera do assassinato, o ex-policial Bola e Macarrão conversam por quatro minutos e meio, a partir das 20h51. Mas a maior sequência de ligações registradas entre os dois foi no dia da possível execução de Eliza, em 10 de junho. Entre 15h06 e 22h06, os acusados conversam cinco vezes. Quase todas as conversas são curtas, duram no máximo um minuto e meio.

Área de celular coincide com depoimentos

O mais importante contato para a investigação foi feito às 20h52 do dia 10, quando os celulares de Bola, Macarrão e Jorge Luiz ficam na área da mesma antena. Com base também no depoimento de testemunhas, essa é a hora, segundo o Ministério Público, que Eliza foi entregue ao seu algoz.

Os relatos detalham que Macarrão e Jorge deixaram o sítio do goleiro às 20h35, levando a modelo e o bebê. Depois de se encontrar, o grupo segue Bola, que estava em moto azul, até a casa dele, em Vespasiano, local onde teria ocorrido a barbárie.
 
FONTE: O DIA

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