segunda-feira, 2 de julho de 2012

Situação dos professores se complica com rescisões

por Daniela Pereira

greve-grave

"Como a greve ainda não foi definida como ilegal, o governo não poderia ter tomado uma atitude desta”. Com esta afirmativa a diretora do departamento jurídico do Sindicato dos Professores do Estado da Bahia (APLB), Marilene Betros, garante recorrer judicialmente contra a rescisão de contrato das Secretarias da Educação (SEC) e Administração do Estado da Bahia (Saeb) com 57 professores do Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). Os docentes foram convocados a trabalhar, mas não compareceram à SEC, em apoio à greve da categoria.

A queda de braço entre o governo e os professores da rede estadual parece não ter fim.

 

Após 80 dias sem acordo, a situação piorou com a demissão dos 57 profissionais. A rescisão foi publicada no Diário Oficial do Estado, na quinta-feira e na sexta-feira já havia a convocação de outros 58 professores efetivos a comparecerem na Corregedoria da SEC, em substituição aos que tiveram os contratos rescindidos.

De acordo com Betros, o setor jurídico do sindicato já está tomando as medidas cabíveis de apoio aos demitidos. “A indefinição da ilegalidade da greve remete uma nova avaliação, pois ficou explícito que o juiz da 5ª Vara não tinha competência para julgar.

Sabemos que consta no Artigo 7º que todo trabalhador tem direito à greve e não pode ser demitido, substituído ou sofrer qualquer outro tipo de coação. Diante disso, tomaremos todas as providências de apoio aos professores”, garantiu a diretora.

Segundo informações da Saeb, a falta de comparecimento à convocação do governo estadual para o cadastramento e treinamento no plano de reposição de aulas para o 3º ano, teria motivado a rescisão do contrato. Além dos 57 demitidos, três professores foram afastados e cumprem processo administrativo.

Manoel Pereira Lima Júnior, João Paulo Fraga Diniz Guerra e Emerson Ferreira de Oliveira foram acusados pelas secretarias de impedirem as aulas para o 3º ano, no Colégio Thales de Azevedo, da remoção de alunos da sala de aula e de vandalismo.

De acordo com João Guerra, um dos professores afastados, o governo está agindo com punições exemplares, como forma de intimidar as lideranças do sindicato.

“Ainda não entendi o motivo do meu afastamento. Assim como os demais, fui convocado a dar aula, mas me recusei, porque sei que isso tudo é uma forma de enganar a população. Como sou trabalhador e tenho direito à greve, fiquei na entrada do local panfletando e conscientizando os pais sobre a real situação, mas em momento algum tentei impedir a entrada das pessoas.

Tudo ocorreu de maneira pacífica e sob absoluta ordem. Toda ação está filmada e postada na internet”, defendeu-se o professor.

João e os demais já receberam aviso de afastamento e tem 10 dias para contratarem advogados e reunirem provas de defesa.

FONTE: Tribuna da Bahia

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