Tatiana Ribeiro
Uma cena que chocou até a polícia de Jequié. Mãe e filha assassinadas a golpes de faca foram encontradas no chão de casa, abraçadas. O crime ocorreu após a festa de aniversário da menina Júlia Vitória Conceição Silva, que tinha completado dois anos. O principal suspeito é o pintor Jucelino da Silva Reis, 35 anos, pai da criança e marido da dona de casa Maria José Conceição, 40 anos. A faca utilizada para matar as vítimas estava encravada no corpo da dona de casa. Na residência, segundo a polícia, ainda foram encontradas pedras de crack, cocaína e bebidas alcoólicas. Bolas, restos de doces e brinquedos estavam misturados ao sangue das vítimas.
No último domingo, a família fez uma festa de aniversário para comemorar o segundo ano de vida de Júlia Vitória, filha única do casal Jucelino e Maria José. Segundo depoimentos de vizinhos ao delegado Chardison Castro de Oliveira, titular da delegacia de Jequié, a festa estava animada e muitas pessoas haviam sido convidadas. Testemunhas contaram que o pai da criança fez uso de bebida alcoólica durante o aniversário, mas que não perceberam atitudes agressivas do acusado em relação às vítimas.
A comemoração acabou e os convidados foram para suas casas. Um dos vizinhos ouviu uma discussão entre o casal, mas achou que a causa teria sido o consumo de bebida. Na última segunda-feira, um dia depois da festa, a residência do casal permaneceu fechada. Os vizinhos desconfiaram e acionaram a polícia, que compareceu ao local na manhã de ontem e encontrou os dois corpos, abraçados e estendidos no chão. A polícia deduziu que para tentar defender a filha dos golpes, a mãe carregou a menina e tentou a proteger nos braços. As vítimas estavam caídas na sala e a criança ainda trajava a mesma roupa do aniversário.
O principal suspeito do crime é o pintor Jucelino. De acordo com o delegado, ele é ex-presidiário e tem passagem pela polícia por furto, assalto, e pelos homicídios triplamente qualificados de Joselina Oliveira Souza Franco e Gustavo Martins, na cidade de Vitória da Conquista. Ele estava preso no Conjunto Penal de Jequié e foi beneficiado com o alvará de soltura este ano. “O acusado nem chegou a ser julgado pelos assassinatos. Ele estava preso pelos assaltos e furtos. Não entendo como uma pessoa desta, com uma vasta ficha criminal ainda é colocada nas ruas”, afirmou Chardison Castro de Oliveira.
Ainda segundo o delegado, em depoimento, vizinhos disseram que o casal não costumava brigar e que estão surpresos com a morte da dona de casa e da filha. Parentes de Maria José também ficaram chocados ao ver a cena do crime e relataram que todos sabiam que Jucelino era um ex-presidiário. A família era contra a relação, porém relata que Maria José Conceição o amava muito e ele parecia ser um bom pai para a menina.
FONTE: tribunadabahia.com.br
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