sábado, 10 de outubro de 2009

Nas revistas: José Dirceu já opera para 2010

Veja

O chefe do mensalão já opera 2010

Desde que se revelou seu papel de mentor e operador do escândalo do mensalão, o ex-ministro José Dirceu teve cassado seu mandato de deputado federal e suspensos seus direitos políticos. Com os dedos, foram-se os anéis. Ele perdeu suas credenciais de principal coordenador das ações políticas do governo. Afastado oficialmente do núcleo do poder, Dirceu se dedicou aos negócios, fazendo meteórica carreira como despachante de empresas nacionais e estrangeiras com interesses em decisões de órgãos estatais. Mas, uma vez Dirceu, sempre Dirceu. Ele está de volta ao seu grande negócio, a política, em especial os arranjos partidários de apoio a um candidato hegemônico, o que ele fez com fogo e arte na eleição de Lula em 2002. Dirceu e seus arsenais estão agora a serviço da candidatura de Dilma Rousseff. Seu papel é o mesmo exercido na primeira eleição presidencial de Lula. Dirceu atua nas costuras de bastidores, longe dos olhos da nação, ofício em que é mestre. Ele trabalha como um tecelão, costurando a favor de Dilma uma teia resistente e capilarmente espalhada pelo país, formada por governadores e prefeitos fiéis ao projeto continuísta do PT.
Como ocorreu no passado, Dirceu recebeu plenos poderes para barganhar, fazer ofertas, oferecer cargos e benesses em um futuro governo. Nessa vida de facilitador, nem tudo é fácil. No atual momento, Dirceu se empenha em descarrilar a candidatura de um aliado cuja participação na trama ameaça sair do enredo original. Fala-se do deputado federal Ciro Gomes, que, escalado para coadjuvante de Dilma, está roubando a cena pré-eleitoral e ocupando o centro do palco com uma desenvoltura preocupante para o Palácio do Planalto. A missão de Dirceu é abrir o alçapão sob os pés de Ciro e fazê-lo desaparecer. Isso tem de ser feito sem sangue, mágoas ou ressentimento. A candidatura de Ciro precisa sumir, e o verdadeiro interessado na operação não pode aparecer. Essa é a especialidade de José Dirceu.

FONTE: BLOG DO PAULO NUNES http://www.blogdopaulonunes.com/

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