sexta-feira, 29 de abril de 2011

DUAS MULTIDÕES


A primeira multidão tem à frente a Vida. Jesus caminha pela cidade de Naim, e a multidão o segue. Possivelmente, esta primeira multidão não estava isenta de dores, de sofrimento, calejada pela caminhada, uma multidão comum. No entanto, o diferencial: era guiada pela esperança.

A segunda multidão tem à frente a Morte. Um jovem filho único de uma mulher que já perdera seu esposo era levado ao túmulo, e a multidão que acompanha o cortejo tem a única certeza de que sepultará uma história.

As multidões se encontram. Jesus, a Vida, pára a procissão alegre. Jesus, a Vida, pára também a caminhada fúnebre. Diante da Vida, a Morte se rende.


A segunda multidão acompanha uma mulher que, embora rodeada por muitos, não era vista. Olhada, sim! Vista, não. Há quem nos olhe, mas poucos nos vêem.

Jesus viu a mulher, em cuja dor se perdia. Jesus tem a capacidade de ver o interior da alma que padece em pranto, que padece por assistir ao ponto final de uma vida, de uma história. Jesus viu a mulher, e padeceu com ela. Não lançou uma corda para tirá-la do poço escuro da dor, mas desceu ao profundo para apanhá-la nos braços. Isso é “padecer-com”. Jesus compadeceu-se.

Diante da multidão, Jesus dirigiu uma palavra. Sim, a palavra vem antes do milagre.

A multidão gosta do espetáculo, gosta do milagre, pouco se importa com a Palavra. Mas Jesus deu uma palavra – “Não chores”! Jesus parece insano. Como pode dizer a alguém isto em pleno ato fúnebre?

A palavra de Jesus aponta seu interesse pela pessoa. A palavra de Jesus está provida de ação. Não é uma palavra vazia, solta, frívola – como aquelas que serão julgadas nAquele Dia. A palavra de Jesus é plena, cheia de charisma. Não chores! Diz o Mestre e irrompe o curso da morte.
A multidão fica perplexa. E vê, estupefata, que a Vida tem a autoridade de transformar ponto final em apenas uma vírgula. A vida continua…     QUANDO O DIA AMANHECER…

FONTE: Rosto Desvendado, por Pastor Aécio Ribeiro

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