Mexeu com fantasmas e aterrorizou pessoas
por João Melo
André Cairo encarna diversos personagens, abordando os mais variados temas. No 7 de Setembro voltou a ser solenemente ignorado pelas autoridades no palanque oficial. Durante sua passagem. André é muito teimoso. No ano passado, usou uma máscara de extraterrestre e trazia uma faixa, afirmando que Vitória da Conquista estava abandonada.
Como que seguindo um ritual milimetricamente ensaiado, todas as autoridades lançaram olhares evasivos para a cabeceira da pista, ou mesmo, espargiram a visão para o alto, como se estivessem buscando criaturas prateadas na Lua, prestes a invadir a terra. Um ataque alienígena de grandes proporções, tipo o narrado com maestria por Orson Welles.
O nome de André não foi citado como atração. Não foi mesmo. Ele fez malabarismo, deixou cair objetos, ensaiou dança, riso, mas não mereceu sequer uma olhadela. Nada. Ele havia se consolidado numa grave ameaça.
André não carregava arma. Mas cometeu um crime, digno de prisão perpetua. Colocou em risco a nação. André teve a coragem de confrontar o palanque das autoridades, cometer um desrespeito terrível. Ressuscitou fantasmas. Deveria ter sido preso, por ter assombrado tanta gente grande.
Imitou os mensaleiros. Teve a coragem de carregar uma maleta supostamente cheia de dinheiro e usar cueca e meias recheadas de Money. O manifestante deu sorte, porque, sequer foi algemado ou preso. O público gostou. O povo aplaudiu. Teve uma senhora que só faltou morrer de sorrir. Sua boca se estendeu de ponta a ponta, como se fosse engolir os brincos de latão. Mas, suas imitações, André, estão deixando muitas autoridades em pânico. Mexer em feridas abertas dói muito.
Você deveria ter vestido as cores da Pátria, e desfilar com bandeirinha em vez de mexer com a corrupção ou com o mensalão. No próximo ano, talvez armem barricadas para barrar seus personagens.
FONTE: Blog da Resenha Geral
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