sábado, 20 de julho de 2013

Dia do Amigo, vamos comemorar…

Ter ou ser amigo?

por Yvette Amaral

amigos

Hoje, 20 de julho, Dia do Amigo. É um anúncio alegre num cotidiano de tantas notícias desagradáveis, como nestas últimas semanas. Queremos dar, portanto, um colorido diferente a este texto, não como alienação, fugindo da realidade, porém como uma respiração profunda para oxigenar melhor o pulmão.

A amizade nasceu com a criação, quando Javé falou para a criatura humana: “Não é bom que o homem esteja sozinho”. Esta frase bíblica indica que a relação afetiva é uma necessidade ontológica. O homem carece de companheirismo, mas que só preenche o coração quando se apresenta com um rosto de amigo. Às vezes escutamos: “Minha vida é triste, não tenho amigos”. Nem terá nunca, enquanto amigo for um objeto direto do verbo “ter”, que indica posse. Ninguém possui amigos, porque a amizade é relação de pessoa: fulano é meu amigo. O fracasso de uma amizade começa, seja ela de que tipo for, quando vem a tentação de transformar o amigo  numa propriedade disponível, algo venal que se pretende contabilizar. Como diz o Eclesiástico (6,15): “Amigo fiel não tem preço, e o seu valor é incalculável”. Daí a mesquinhez do ciúme que já destruiu muitas amizades.

Atualmente a amizade está desqualificada pelo adjetivo virtual, ela que é essencialmente real. Não se encontra na rede da internet, mas no gesto carinhoso, no diálogo sincero, na experiência fraterna e na doação gratuita. Nunca a amizade valeu tanto quanto em nossos dias, na solidão da cultura urbana que não dá nome a ninguém. Hoje somos um número, amanhã talvez... um código de barra.

Só uma amizade nascida das raízes da autenticidade, fixada no tronco da fidelidade e embalada pela brisa da ternura consegue fecundar um relacionamento afetivo na cultura pragmatista do descartável, em que só se preserva o que é útil e atende a interesses do momento.

Sem amigos o mundo é desumano. Salvemos, portanto, a amizade, que felizmente ainda existe. Só não crê nela quem nunca se sentou a uma mesa com um amigo, partilhou com ele o pão das confidências e bebeu na mesma taça o vinho da alegria.

Um comentário:

Andreya Nascimento disse...

Quanta beleza e importância nesse "mundinho" onde impera o superficial. Mas,ainda bem que refletindo o contexto dessa mensagem ,chego a conclusão que eu tenho pessoas maravilhosas pelas quais eu posso chamar: AMIGO !!!