sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ataques a João Henrique fazem Durval apoiar DEM em Feira de Santana

Por Biaggio Talento e Alean Rodrigues

João Durval manifestou apoio ao candidato do DEM durante evento nesta quinta

Os ataques da campanha do petista Nelson Pelegrino, no horário político, à administração do prefeito de Salvador João Henrique (PP) e a tentativa de vinculá-lo ao  candidato do DEM, ACM Neto, provocaram a primeira cisão grave no "time de Lula", como o PT gosta de se referir aos partidos e lideranças aliadas em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senador João Durval Carneiro (PDT) manifestou apoio, nesta quinta, 23, ao candidato do DEM à Prefeitura de Feira de Santana (segundo maior colégio eleitoral do Estado) José Ronaldo. Também disputam a eleição o atual prefeito Tarcizio Pimenta (PDT) e Zé Neto (PT). Ambos esperavam o apoio de Durval devido ao senador integrar a base de apoio dos governos federal e estadual.

A reportagem apurou que os ataques à gestão do prefeito de Salvador levaram, inclusive, o senador João Durval a se recusar a gravar vídeo de apoio a Pelegrino, fato que é desconhecido pela assessoria da campanha do petista. Durval não se referiu a uma eventual reação aos ataques contra o filho, na visita que fez ao comitê de campanha de José Ronaldo. Disse que "não era novidade" que seu voto seria para o candidato do DEM por ser "o melhor nome para Feira".

Ao ser perguntado se não ficaria em posição incomoda ao não apoiar o candidato do seu partido, o atual prefeito Tarcízio Pimenta, o senador foi enfático: "Não vou apoiar quem está estragando a cidade". Também alegou que não poderia contrariar o povo pois, na sua visão "a pesquisa já tinha dito" em quem os eleitores vão votar.

"Tristeza" - O anúncio de Durval provocou  reação do candidato petista Zé Neto . "Vi com tristeza. Eu apoiei João Durval no segundo turno da eleição de governador em 1992 num momento em que ele era massacrado pelo mesmo grupo que agora resolveu apoiar. Também fiz campanha para a eleição de dele ao Senado na chapa do governador Jaques Wagner (em 2006), quando inclusive ele disse que me devia fidelidade eterna pelo meu gesto. A política é assim mesmo, mas não posso deixar de observar essa atitude com estranheza", declarou Zé Neto.

"Ruim mesmo" - Indagado se a posição do senador poderia ser  realmente uma represália ao fato de a campanha de Pelegrino (PT) em Salvador estar  batendo muito na administração de João Henrique, Zé Neto, ponderou que a gestão do prefeito da capital baiana "é muito ruim mesmo" e não seria culpa do PT ter chegado a essa situação.

"Se João Durval está magoado com isso, deveria equilibrar com o fato do seu outro filho (Sérgio Carneiro) ter reassumido o mandato de deputado federal graças ao governador Jaques Wagner (numa articulação em que o deputado federal pedetista Marcos Medrado se licenciou)". Irônico, o petista achou, por outro lado "positivo" o fato de agora se juntarem numa candidatura (do DEM) "todos os herdeiros da política do passado, que nunca deram contribuição efetiva para a modernização de Feira". Apesar do baque, Zé Neto disse que "não vai abaixar a cabeça" e continuará sua campanha mostrando entre outras coisas que como deputado estadual obteve R$ 1,8 bilhão para Feira de Santana nos últimos anos.

Ideário - Em declarações ao portal Bahia Notícias, o prefeito Tarcízio Pimenta ponderou que respeita a decisão do senador, mas lamenta. "O partido (PDT), quando nos deu a condição de disputar, eu entendi que marcharia todo junto, que teria os seus quadros na disputa. Mas o que a gente pode fazer?", indagou, achando que Durval  "não absorveu o ideário pedetista e brizolista" e estaria mais para "o ideário pefelista, que é a sua origem".

Ajuda - Por seu turno José Ronaldo se disse agradecido pela visita que Durval fez ao seu comitê. "Recebo com muita satisfação as palavras que ele disse na ocasião", declarou.

O senador disse que Ronaldo foi um bom prefeito e será melhor ainda em um eventual próximo mandato e se colocou à disposição no Senado Federal para ajudar a administração.

FONTE: A TARDE

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