domingo, 2 de janeiro de 2011

Alemanha exige que Irã liberte os jornalistas detidos no país

Personalidades de diversas áreas fizeram as reivindicações no jornal 'Bild am Sonntag'. Sakineh avisou que vai processar repórteres que a 'envergonharam'

 

Mais de 100 personalidades alemãs de áreas como política, economia, esporte e cultura assinaram neste domingo uma chamada às autoridades do Irã reivindicando a libertação dos dois jornalistas do país presos na nação asiática há mais de 80 dias.
Na capa e nas 12 primeiras páginas do dominical Bild am Sonntag, para o qual trabalham os dois repórteres presos no Irã, celebridades como o piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher, o ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, e a Nobel da Literatura Herta Müller exigem a libertação de seus compatriotas.
Na noite de sábado, Sakineh Mohammadi-Ashtiani, a mulher iraniana acusada de adultério e do assassinato de seu marido, anunciou que planeja denunciar os dois jornalistas alemães detidos no Irã. Após ser liberada no sábado para jantar com a família, Sakineh declarou que os "dois alemães" a envergonharam e questionou o que os dois foram fazer no país.

Ambos foram detidos em 10 de outubro na localidade iraniana de Tabriz quando entrevistavam o filho e o advogado de Sakineh. "Os dois repórteres devem ser libertados o mais rápido possível e retornar à Alemanha. Colocarei nisso todas as minhas forças também no ano que inicia", escreveu em sua mensagem pessoal o ministro das Relações Exteriores alemão, Guido Westerwelle.
"Lembra-me os processos das ditaduras stalinistas do Leste da Europa. Também então se necessitava da atenção do Ocidente", assinalou a Nobel da Literatura Herta Müller, antes de indicar que, "até a queda desses regimes, os perseguidos dependiam dos valentes jornalistas ocidentais".
O documento conta ainda com as assinaturas de destacados desportistas alemães, como o ex-tenista Boris Becker e o ex-jogador Franz Beckenbauer, e de artistas como a violinista Anne-Sophie Mutter e a atriz Veronica Ferres. Entre os que pedem a libertação dos jornalistas há ainda o presidente do consórcio Bayer, Marijn Dekkers, o diretor-executivo da BMW, Norbert Reithofer, o cineasta Volker Schlöndorff e o escritor Martin Walser.

FONTE: Veja

Nenhum comentário: