sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Wagner pronto para o dia da posse

Lílian Machado
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Nas primeiras horas do dia 1º de janeiro, os “olhos” políticos da Bahia estarão voltados para a solenidade que confirma a posse do governador Jaques Wagner (PT) no poder do Estado. Reeleito no primeiro turno do último dia 03 de outubro, ele será oficializado pela segunda vez o chefe maior do Executivo baiano. O ato, que apenas formaliza o ingresso do petista no segundo mandato - conforme cientistas políticos - demarca a hegemonia do PT, que há quatro anos exerce força política no Estado. Segundo eles, cabe à legenda e ao governador usar esse domínio como forma de transformação do modelo político, com mais “democratização e participação popular”. Entretanto, conforme análise, diante do atual cenário, o maior desafio será encarado pela oposição, que “deverá se estruturar para desempenhar o seu papel”.

A cerimônia - que deve atrair autoridades, deputados, entre outros políticos - começa a partir das 8h30, com duração prevista de duas horas, na Assembleia Legislativa, Centro Administrativo da Bahia (CAB). No evento, além do governador, toma posse o vice-governador eleito Otto Alencar (PP). Representantes dos dez partidos que compõem a base do governo também prometem estar presentes. Conforme a assessoria do governo, o ato deverá ocorrer de forma simples e sem prolongamento. O chefe executivo prestará o compromisso constitucional e assinará o termo de posse. Após ser declarado empossado, ele fará um discurso. Em seguida, o governador concederá entrevista coletiva e seguirá para Brasília para participar da solenidade de posse da presidente Dilma Rousseff (PT), que receberá a faixa presidencial do presidente Lula (PT).

De acordo com o cientista político Paulo Fábio Dantas, a posse de Wagner acontece sob um contexto em que o PT se tornou hegemônico no Estado. “Apesar da vantagem não ter sido tão folgada para seus aliados, nesse caso, os deputados estaduais e federais que passaram por uma disputa mais acirrada, o processo político em torno do governador traz a rota de uma hegemonia tão ampla quanto nos moldes do carlismo”, avalia. Segundo ele, é preciso que a “oposição se estruture minimamente, pois isso é muito importante até mesmo para despertar o senso público”. Conforme Dantas, há uma tendência de uma “relação direta muito forte” entre o governador e os deputados estaduais, situação que não acontece facilmente no plano nacional.   “O governador tem a possibilidade maior de acesso individual aos 63 deputados, secretários e empresários, mas imagine como se isso pode se dar com a presidente que tem à sua frente 500 deputados e 80 senadores”, alerta, prevendo que a nova presidente terá uma tarefa política muito mais complexa. Segundo ele, Dilma terá que retomar um padrão político de relações usado no período anterior ao segundo mandato de Lula. "Ela terá a necessidade de fazer costuras políticas, como forma de encontrar equilíbrio dentro da coalização”, opina.

Embora o domínio político pareça positivo, segundo a cientista política Analice Alcântara, o governador da Bahia terá que “transformar essa nova força política numa perspectiva mais democrática para o estado, avançando em questões que devem ser prioritárias, a exemplo da educação”. “É preciso repensar todo o padrão educacional. Depois disso, o desafio continua sendo o da distribuição de renda e emprego”, acrescenta.

FONTE: Tribuna da Bahia  FOTO: Google

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