Depois de incendiar uma pousada mantida pela ONG, tráfico mandou o recado: AfroReggae deveria deixar imediatamente os seus domínios
por Leslie Leitão
NÃO SOBROU NADA - Os marginais atearam fogo ao prédio do AfroReggae - FOTO: (Daniel Marenco/Folhapress)
Por décadas, a bandidagem mandou e desmandou no emaranhado de favelas cariocas conhecido como Complexo do Alemão. A entrada e a instalação de uma UPP em território tão estratégico para o crime, dois anos atrás, sugeriam que o bando que se esvaiu do morro havia enfim recuado. Na semana passada, porém, ficou evidente que os marginais continuam a fazer valer sua vontade, e da pior forma possível. A vítima da vez foi o AfroReggae, que se consolidou no cenário das ONGs como referência na intermediação de conflitos envolvendo traficantes em áreas da cidade que são verdadeiros barris de pólvora. No Alemão, a ONG mantinha uma de suas bases e ainda administrava uma pousada - no passado mesmo, já que o AfroReggae acaba de ser banido do complexo pelos velhos donos do pedaço. Primeiro, eles atearam fogo à tal pousada; depois, como é praxe, veio o recado: a ONG deveria deixar imediatamente os domínios do tráfico. A desobediência, ameaçavam os bandidos, seria punida com a explosão da sede e uma chacina. Na última sexta-feira, o AfroReggae decidiu ir embora.
FONTE: VEJA
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