sábado, 20 de abril de 2013

Marcão abre jogo sobre o que pensa da política local

marcosandradeMarcos Andrade

Em entrevista ao Blog do Fabio Sena quarta-feira (17), dia em que o PCdoB foi homenageado pela Câmara de Vereadores pela passagem dos 91 anos de fundação, o presidente da legenda, Marcos Andrade, abriu o jogo sobre questões polêmicas da política local e do seu partido. Desconversou sobre provável candidatura de Jean Fabrício a prefeito em 2016 – preferiu limitar o debate a 2014 – e teceu comentário crítico/elogioso ao prefeito Guilherme Menezes quanto à conduta do mesmo em relação aos partidos. Questionado se o Bloco Parlamentar criado na Câmara com maioria comunista não seria um sinal de distanciamento, Marcão refutou a tese e afirmou que o bloco “assusta” por ser novidade.

Fabio Sena - Marcão, vamos direto ao assunto: Fabrício é candidato a prefeito em 2016?

MARCOS ANDRADE: Não vamos antecipar as eleições de 2016, ainda tem muita água pra rolar debaixo dessa ponte, ainda não existem elementos concretos para este debate. Fazemos parte da bancada de apoio ao prefeito Guilherme e isso é o que importa. Quem estimula esse debate, tem interesse na desagregação da Frente Conquista Popular, não queremos isso. Fabrício é pré-candidato a Deputado Estadual em 2014 dobrando com Alice Portugal para Federal, isso é o que importa.

Fabio SenaE o Bloco Parlamentar, não significa uma divisão na base do governo?

MARCOS ANDRADE: Não! A formação de Blocos é uma prática comum nos parlamentos em diversos níveis. Nas questões gerais de interesse com o Governo, votamos com o Governo, mas em questões especificas ou pontuais de interesse da sociedade, o bloco vai se posicionar e debater.

Fabio Sena – Por exemplo?

MARCOS ANDRADE: No debate sobre a revitalização do centro comercial ou mesmo em demandas sobre segurança pública ou questões de interesse de categorias organizadas. O fato é que o bloco representa uma novidade e tem ocupado um espaço aberto no dialogo com a sociedade. O novo sempre causa preocupação (risos), mas pode ficar tranquilo que estamos na base do governo.

Fabio Sena – E a relação do PCdoB com Guilherme, sabemos que deu uma esfriada depois da eleição…

MARCOS ANDRADE: Guilherme é um gestor sensível com as questões sociais e muito antenado com os interesses da população, no entanto gerencia de uma forma peculiar, valorizando muito a relação pessoal e pouco a relação política, o partido tem uma presença muito pequena no governo e temas importantes ficam fora do debate como políticas de desenvolvimento econômico, esporte e cultura. Porém o que nos une é mais forte que as diferenças, vamos ficar no governo até o final.

Fabio Sena - Como é ser um partido governista com longa trajetória de oposição e forte presença nos movimentos sociais?

MARCOS ANDRADE: É uma contradição necessária, chamamos isso de unidade e luta, ou seja fazemos parte dos governos, mas os movimentos sociais devem ter autonomia de ação e mobilização pelos seus interesses, não vamos engessar os movimentos. Agora, penso que os movimentos podem se atualizar pois os movimentos vão perdendo bandeiras de lutas na medida em que estas vão se tornando políticas públicas. O novo movimento social precisa ser propositivo e construtivo para não se perder na critica vazia.

Fabio SenaAos 91 anos o PCdoB é um partido dinâmico, a que você atribui essa vitalidade?

MARCOS ANDRADE: As condições sociais e econômicas que geraram o PCdoB persistem. Enquanto houver opressores e oprimidos, ricos e pobres, existirão defensores de um novo modelo social mais harmônico e equilibrado. Por isso, o PCdoB é um partido antigo e ao mesmo tempo tem em seus quadros um grande número de jovens que acreditam no socialismo.

Fabio Sena – Mas o socialismo não acabou?

MARCOS ANDRADE: O socialismo vive nos corações e mentes dos oprimidos do mundo. O Capitalismo surgiu explorando de homens, mulheres e crianças por meio de jornadas de até 16 horas. A luta dos trabalhadores mudou esse quadro e hoje o trabalho infantil é rejeitado nas sociedades desenvolvidas, homens e mulheres, negros e brancos caminham para serem tratados como iguais, fruto da luta por igualdade social. O Estado de Bem Estar Social predominante na Europa foi um modelo de contraposição ao conceito de socialismo. Podemos dizer que a existência do socialismo determinou grandes mudanças sociais em todo mundo. No dia que o socialismo morrer, o mundo perderá a esperança.

FONTE: Blog do Fábio Sena

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