quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

PT convida réus do mensalão para comemoração, mas nega desagravo

13037799Ex-ministro José Dirceu, em evento em São Paulo

Os petistas condenados pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão devem ter participação discreta no seminário que o partido fará hoje, em São Paulo, para comemorar seus dez anos no governo federal.

O ex-ministro José Dirceu e os deputados José Genoino e João Paulo Cunha foram convidados, mas não ficarão no palco ao lado do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff nem discursarão.

Com aval de Lula, Dirceu confirmou presença na plateia. As assessorias de Genoino e João Paulo informaram que a ida deles dependeria da pauta de hoje da Câmara.

Dirigentes do PT afirmam que o convite aos condenados se justifica pela participação que eles tiveram no governo, mas afastam a ideia de que um ato de desagravo.

"Espero que eles venham, mas esse ato tem um foco: os dez anos do governo democrático e popular", diz o secretário de Organização do PT, Paulo Frateschi. Ele avalia que a defesa dos réus do mensalão já é feita por outras instâncias partidárias. Nas últimas semanas, Dirceu discursou em atos convocados pela CUT e por diretórios estaduais petistas. Já em Brasília, a liderança do PT na Câmara dos Deputados promoverá uma exposição de fotos que terá entre os destaques os petistas condenados.

Dirceu consultou Lula sobre sua ida ao evento de hoje. O aval do ex-presidente foi visto por interlocutores de Dirceu como um gesto "para dentro" do PT, para mostrar à militância que os condenados não foram "abandonados" pela direção nacional.

Ontem, o presidente do PT, Rui Falcão, negou que haverá desagravo aos réus. Disse que o seminário terá "um palco pequeno", para ministros, dirigentes do partido e de legendas aliadas, Lula e Dilma.

Falcão é um dos poucos petistas que discursarão no ato antes do ex-presidente e de sua sucessora. Em sua fala, ele deverá defender a reforma política e o "alargamento da liberdade de expressão nos meios de comunicação". (DIÓGENES CAMPANHA)

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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