quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Mãe de menor não sabia de abusos cometidos, e advogado do padre de Niterói diz: 'A carne é fraca'

Polícia procura por mais vítimas de pároco

por Flavio Araújo

Rio - A Polícia Civil ouviu a mãe da adolescente de 15 anos que aparece em vídeo fazendo sexo com o padre Emílson Soares Corrêa, 52 anos — ele foi indiciado por estupro de vulnerável e ainda poderá responder por exploração sexual.

Segundo a titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói, Marta Dominguez, a mulher disse que não desconfiava do padre, mesmo com a filha levando presentes para casa, porque o considerava como um membro da família.
Agentes estão à procura de outras vítimas nas proximidades das igrejas onde o sacerdote atuou, uma no Cubango, em Niterói, e outra no bairro Antonina, em São Gonçalo. O padre prestou depoimento nesta terça-feira.

PADREPadre acusado de estupro de vulnerável deixa a delegacia | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia

O pai das denunciantes, um homem de 47, foi acusado pelo padre de pedir uma casa em troca da não divulgação do vídeo feito por sua filha mais velha, X., de 19 anos.
A gravação mostra orgia que seria casa paroquial da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, em São Gonçalo. Segundo a família, o padre também teria molestado a irmã mais nova, Y., que na ocasião tinha 7 anos e hoje tem 10.

“Minha filha disse que após as relações sexuais, ele ia se confessar ou rezar a missa, como se isso fosse lhe dar o perdão pelo ato. Se fosse assim, era só matar, bater ou cometer qualquer crime e depois pedir perdão a Deus”, disse o pai.

“Investigamos três possíveis crimes: exploração sexual, estupro de vulnerável, que pode ser apenado de 8 a 15 anos de reclusão, ambos contra o padre, e a possível tentativa de extorsão por parte do pai da menina”, detalhou a delegada. O pai tem outra versão.

“Fui à Arquidiocese e dois advogados me perguntaram o que eu queria. Disse que queria a prisão do padre”. A denúncia foi o principal assunto ontem em São Gonçalo, próximo à Igreja N. S. do Amparo. Fiéis ficaram chocados e criticaram o padre, sem se identificar.


Advogado: "A carne é fraca"

O advogado do padre Emílson, Roberto Vitagliano, disse na delegacia que seu cliente foi ‘seduzido’ pelas meninas: “Padre Emílson não é um criminoso. Ele nunca fez nada com a menina que hoje tem 10 anos. Quanto às outras garotas, acredito que ele foi seduzido. São atraentes, bonitas e insinuantes”.

Vitagliano chegou a comparar padre Emílson a um famoso personagem bíblico. “O próprio Rei Davi cometeu muitas atitudes reprováveis. A carne é fraca, e o padre é um ser humano”, comentou.

O pai das denunciantes, X., afirmou que vive há cerca de quatro meses à base de fortes calmantes e já perdeu pelo menos dez quilos nesse período. “Bati muito na minha filha, mas me arrependo disso. Demorei a entender que ela foi vítima desse monstro”, contou o pai.

FONTE: O DIA

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