sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Gil Rugai é condenado pelas mortes do pai e da madrasta em São Paulo

Ana Paula Rocha e Janaina Garcia
Do UOL, em São Paulo

gil rugai

Após quase nove anos, Gil Rugai foi condenado nesta sexta-feira (22) pelas mortes do pai, Luiz Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, em São Paulo no dia 28 de março de 2004. A sentença ainda será lida pelo juiz, no entanto, a informação foi confirmada pela assessoria do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). É o magistrado quem faz a dosimetria da pena e decide quantos anos o réu ficará preso pelos crimes.

Segundo o promotor do caso, Rogério Zagallo, quatro jurados votaram pela condenação por duplo homicídio e um pela absolvição --os votos param de ser lidos quando já há maioria--, já o agravante de motivo torpe (supostamente por ter sido demitido da empresa do pai após desfalques) ficou em quatro a três. "Missão dada é missão cumprida", disse o membro do Ministério Público.

Logo após o Conselho de Sentença decidir sobre o caso, o promotor e o assistente de acusação, Ubirajara Mangini, saíram da sala, se abraçaram e comemoraram a condenação. "Saiu a condenação merecida, justa e adequada. Foi feita justiça", disse Zagallo.

O plenário foi esvaziado por conta de tumulto e ainda não se sabe se as pessoas vão poder acompanhar a leitura da sentença que será feita em breve pelo magistrado Adilson Simoni.

A mãe do réu, Maristela Grego, e o irmão, Léo Rugai, que foi testemunha de defesa durante o julgamento que durou uma semana, deixaram o plenário chorando junto ao advogado Thiago Anastácio e se abraçaram sob aplausos do lado de fora do Fórum Criminal da Barra Funda.

Para a antropóloga Ana Lúcia Pastore Scheitzmeyer, que também foi testemunha arrolada pela defesa, a comemoração do promotor e do assistente de acusação logo após saírem da sala do Conselho de Sentença foi uma quebra de ritos. "Se eu fosse juíza, entraria com uma ação no Ministério Público".

Para a cientista, a atitude do promotor e do assistente, e das pessoas que aplaudiram, foi um desrespeito com todos da família. "Como se decide a vida de uma pessoa como se fosse um circo?", disse.

Debates

Durante a fase de debates, que antecede a decisão do Conselho de Sentença, o promotor Rogério Zagallo surpreendeu o plenário ao anunciar que não faria a réplica a que tinha direito. Ele não informou os motivos de ter abdicado da medida --que o daria uma hora a mais de discurso para tentar convencer os jurados da culpa do réu.

Os debates entre acusação e defesa começaram na manhã de hoje. Cada uma das partes teve 1 hora e meia para falar diretamente com os jurados.

Em sua fala, Zagallo descreveu Gil Rugai como uma pessoa agressiva e de personalidade dupla, a ponto de beirar a psicopatia.

Já a defesa tentou dissociar a imagem do réu à da estudante Suzane Von Richthofen. "O caso Richthofen não é o caso do Gil", disse o advogado Thiago Anastácio.

Em 2006, Suzane foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão pelo assassinato dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, ocorrido em 31 de outubro de 2002.

FONTE: UOL

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