terça-feira, 30 de outubro de 2012

Vitória da Conquista é penta! Uma vitória em cinco atos

 

                                                                     Professor Elias Dourado       
 
por Elias Dourado
 
Não é muito comum aos que discutem política, interpretar as vitórias ou derrotas eleitorais como resultado de outros elementos, se não os atributos pessoais das lideranças que participam da contenda. Diria que política e futebol tem muitas coisas em comum, muito mais que o simples resultado final. Nós brasileiros somos “doutores” em análise futebolística e pouco cuidadosos ou “pouco caprichosos” na análise política. Evidente que um país que tem uma democracia tão jovem e um “esporte bretão” com tantas vitórias há muitas décadas, permite aos brasileiros uma maior familiaridade com a disputa da “bola” em relação à disputa de poder. Esta última sempre foi reservada às elites e o povo mesmo, só recentemente conquistou o espaço de participação efetiva. Talvez porisso, muitas vezes a paixão, cega aos cidadãos e cidadãs, principalmente quando a “indústria da mídia” entra em campo para confundir e não para explicar.

Analisar o resultado final das eleições em Conquista 2012, nos leva a refletir sobre “escalação das equipes”/partidos, posicionamento dos “atletas”/lideranças, estratégia e tática do jogo (eleitoral), entrosamento da equipe etc. Com base nestes e em outros elementos de análise, quero considerar este Pentacampeonato do Governo Participativo em Conquista, como resultante de um conjunto de fatores centralizado pela inequívoca qualidade dos nossos atletas: GUILHERME e JOÁS;
 
Senão vejamos como este jogo foi vencido por uma equipe de “atletas de ponta”, com um jogo sempre limpo, plano de ação/governo “avançado” e não “retrancado” e uma garra de uma militância que acredita no sucesso da “camisa” ou do projeto. Vamos ao processo:
 
Ato1: Unidade do PT;
 
Antes da decisão dos Dep. José Raimundo e Waldenor pela unidade o PT em torno do nome do prefeito Guilherme, havia muita especulação sobre possíveis outros nomes para competir como pré-candidatos no interior do PT. Este debate, sobre possíveis candidatos do Partido dos Trabalhadores e da Frente Conquista Popular, levava a depoimentos contraditórios de militantes, mesmo alguns mais antigos e experientes, além de levar a alguma dúvida na cabeça dos petistas e aliados sobre um nome a liderar o projeto nestas eleições. O posicionamento dos dois parlamentares, majoritariamente eleitos por Conquista, retirou do debate esta incômoda questão, que assim ajustada, ajudou a reduzir os anseios e as possibilidades não só internamente, mais de outros candidatos de partidos da base do Governo Jaques Wagner no 1º. Turno em Conquista.
 
Ato2: Unidade dos Partidos da Base: PCdoB retira candidatura;
 
Destas pré-candidaturas postas, a que passou a ganhar fôlego e dois dígitos nas pesquisas foi a do Dep. Fabrício Falcão do PCdoB. Ao retirar esta candidatura, o PCdoB deu mais uma demonstração (corriqueira nos últimos 20 anos: 1992 a 2012), de compromisso com os interesses mais amplos da população conquistense e com o projeto democrático-popular. As demonstrações de maturidade política do partido e do deputado, fazem da sua liderança uma associação de juventude com efetividade e dinamismo na atividade política e, associa a isto, a sua capacidade agregadora em torno de projetos de conteúdo transformador como o Governo Participativo.
 
Ato3: Chapa formada: União, soma e força.
 
Com a escolha do nome do PSB, Dr. Joás Meira para vice, outro passo se dá para a ampla união de forças políticas rumo á vitória. Nome leve, sem arestas e que trouxe consigo uma grande parcela da comunidade evangélica além de, como médico experiente em gestão, contribuir para colaborar com Guilherme na execução das ações de política pública, tanto na saúde como na educação e assistência social. Com este passo e uma forte articulação com diversas forças, a equipe mais próxima ao prefeito Guilherme, conseguiu estruturar uma ampla frente com partidos de diversificados perfis, mas, com um compromisso firme de continuar mudando pra melhor a vida dos conquistenses. Este processo culmina no 2º. Turno com a marca especial de 13 partidos com Guilherme e Joás.
 
Ato 4: 1º. Turno, com a vitória na mão, faltou integração e sobrou dispersão;
 
Com um time muito amplo de candidatos à câmara municipal, com bom desempenho eleitoral, chegou-se a 103 mil votos que corresponderam a 17 eleitos em 21 vagas, só dos partidos da nossa base, isto não foi suficiente para levar ao prefeito e vice, os 50% +1 dos votos e assim lograr êxito para vencer no 1º. Turno como era esperado. A chapa majoritária vitoriosa com 77.061, sendo 13.931 votos de frente ao 2º. Colocado, não alcançou a meta. Faltaram apenas 1,75% para isto.
 
Daí porque é necessário refletir e avaliar para corrigir rumos. Se o time é comprovadamente bom, faltou entrosamento neste jogo. As duas eleições (majoritária e proporcional), disputadas no mesmo dia, com regras diferentes para prefeito e para vereador, com candidatos portadores de múltiplos perfis e posturas, dificulta aos eleitores formar uma opinião de “time” entrosado ou de projeto unificado de “fio a pavio”, isto sim, não é fácil, nem simples. Todo o esforço deve estar voltado para este entrosamento que sempre leva a um resultado maiúsculo para a majoritária e a proporcional. Faltou entrosamento. Isto é fato.
 
Ato 5: 2º. Turno: Harmonia e militância: O Povo venceu!
 
Chegamos então á partida final. Aqui não se admitem mais nenhum erro. O “escalda pé” do 1º. Turno nos levou a cuidar mais e melhor do nosso entrosamento. Uma vez mais verificamos a qualidade dos nossos atletas: Guilherme que “sobrou” neste momento. Presente em todas as caminhadas, leve, dinâmico, e paciente ao abraçar cada um, conseguiu expressar aquilo que “o povo gosta”: Político sério, sóbrio, e efetivo nos contatos e nas iniciativas convincentes que demonstra preparo e compromissos para este momento de Conquista. Joás, sereno, agregador e efetivo na colaboração com o companheiro. Isto, colado com um excelente programa de TV e mídia (faltante no 1º. Turno), militância na rua, convencendo, conclamando e contagiando a todos no trabalho para a vitória.
 
Apoio efetivo do Governador Wagner, ministros, gestores e secretários estaduais, especialmente os “conquistenses”, contribuíram para o sucesso da empreitada.
 
Assim concluo esta rápida “olhadela” sobre este processo eleitoral de 2012 em Conquista. Evidente que há muito mais a ser visto, analisado com vistas a projetar novos passos, mas, se estou “vadiando” com as metáforas do futebol. Acho que Conquista bateu um bolão e pode, sem dúvida colocar um líder/atleta em campo em 2014. O que vocês acham? (Mas isto é papo pra um outro momento…).
 

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