terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Farc pedem retomada do processo de paz com o governo da Colômbia

O novo líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como “Timoleón Jiménez” ou “Timochenko”, fez na noite de segunda-feira um raro pedido ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, para que negociações de paz entre o governo de Bogotá e a guerrilha sejam retomados. Jiménez, que assumiu o comando do “Estado Maior Central” das Farc com a morte de Alfonso Cano, em novembro, enviou o pedido em uma carta publicada no site da guerrilha.

A carta de Timochenko, intitulada “Sem mentiras, Santos, sem mentiras” e publicada na íntegra pelo jornal El Tiempo, traz críticas ao governo e a pessoas que se envolveram com o tema dos reféns mantidos pelas Farc e se alonga ao criticar a presença militar em El Catatumbo, região no departamento (Estado) de Norte de Santander. Segundo as Farc, os militares da região servem para “garantir ainda mais prosperidade aos mais prósperos e a mergulhar em uma indescritível sorte os mais pobres”.

Na parte mais importante da carta, Timochenko cita o processo de paz de El Caguán, travado entre o governo de Andrés Pastrana e as Farc entre 1999 e 2002 e que acabou em fracasso.

De estes temas e similares, com a participação ativa das pessoas afetadas, gostaríamos de tratar em uma hipotética mesa de negociação. De frente para o país. Colocar em questão as privatizações, a desregulamentação, a liberdade absoluta do comércio e investimento, degradação ambiental, a democracia de mercado, a doutrina militar. Retomar a agenda que ficou pendente no El Caguán. O governo que você fez parte recusou-se a abordá-la há dez anos, condenando-nos a todos a esta sangrenta Tróia que está prestes a se repetir.

Para as Farc, foi o governo de Alvaro Uribe (no qual Santos foi ministro da Defesa) que se recusou a continuar o processo de paz em 2002. Para o governo, foram as ações armadas das Farc que impediram a continuidade das negociações. Até aqui, Santos exige que as Farc abandonem completamente a violência e entreguem todos os reféns sequestrados para que as negociações sejam retomadas.

FONTE: ÉPOCA

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