segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Goleiro Bruno é o novo titular da faxina no presídio

Advogado elogia ex-jogador do Flamengo, que está "bem caprichoso" e ganha 420 reais por mês pelo trabalho. Nos banhos de sol, continuam os treinos com o amigo Macarrão

 

Andréa Silva, de Belo Horizonte (MG)

Bruno e Macarrão no camburãoO goleiro Bruno e seu funcionário Macarrão deixam a Divisão de Homicídios em um camburão rumo ao presídio em Bangu (AE)

No presídio, Bruno ainda é tratado como ídolo por detentos e funcionários. Ele alimenta o sonho de voltar a brilhar nos campos

As mãos que defenderam o Flamengo e levaram o goleiro Bruno Fernandes à elite do futebol não estão mais ociosas. Acusado de ser o mentor da trama macabra do sequestro e do assassinato da jovem Eliza Samudio, sua ex-amante, Bruno integra, desde julho, a equipe de faxina do pavilhão onde divide espaço com criminosos. Das muitas lições que levará da cadeia, onde está 507 dias, desde 9 de julho de 2010, uma delas certamente será a humildade, como demonstram as últimas semanas do jovem de 26 anos.

Bruno vem ampliando suas habilidades. Sua rotina compreende funções como varrer e lavar o chão do presídio. O trabalho é remunerado, benefício previsto por lei. Claro, não se compara ao salário no Flamengo: recebe atualmente três quartos de um salário mínimo, equivalente a 420 reais. No clube carioca, os ganhos mensais eram de cerca de 250 mil reais, como constatou a Justiça para calcular a pensão do menino Bruninho, filho de Eliza e que ela tentava provar ser também de Bruno.

Em nota, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que o goleiro Bruno é hoje um dos 11.300 detentos do sistema prisional de Minas que trabalham enquanto cumprem pena. O jogador é responsável pela manutenção da limpeza do pavilhão, como registra o cadastro de trabalho do Sistema de Informações Penitenciárias (Infopen). A Seds confirmou que ele recebe remuneração segundo determinação da Lei de Execuções Penais (LEP). Bruno foi selecionado pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) da unidade, equipe multiprofissional de avaliação, composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, pedagogos, dentistas, gerentes de produção e diretores. A Seds ressaltou ainda que, "antes da avaliação para trabalho, o detento precisa manifestar desejo em cumprir a função laboral".

FONTE: Veja

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