Foi no ano de 2003,
que o governo anunciou:
Agora, é Luz para Todos,
E o povo se animou!
O campo inteiro sonhou
Com o anunciado programa
E a energia chegou
Com isso ninguém se engana!
Chegou pra uns, não pra outros
E o trabalhador rural protestou:
Sem energia não fico
“Pro que ocê num botou?”
Agora, existe um problema
Para quem produz no campo
Ou o governo põe a energia
Ou vai parar noutro canto.
O homem da zona rural
Com pouca oportunidade
Compreendeu tão depressa
E quer morar na cidade.
O protesto é uma verdade:
“Se não tem luz eu não fico!”
Dê um jeito ligue a luz
Pois tenho necessidade.
A NECESSIDADE o governo
Criou, e está decidido:
No campo sem energia
É problema “Inresolvido”
A gente fica pensando
Como resolver tal problema
É preciso produzir
É o nosso dilema.
Todo mundo sabe disso
Sem energia não dá
Quanto mais eu penso nisso
Mais eu para pra pensar...
O campo produz alimento
Num país ainda agrário
“Se nóis pará de prantá”
Quem vai nos alimentar?
Já me inscrevi no programa
Pra conseguir a energia
E garantir os empregos
Para toda a freguesia
Mas a sede fica só
Ninguém aceita a oferta
Viaja quase duas léguas
De moto ou de bicicleta
Trabalha o dia e volta
Vai dormir onde tem luz
É justo, não se discute
Vai pousar onde reluz
A sede fica vazia
Os ladrões já não dão paz
Há tristeza, desespero
Para quem sonha e FAZ.
Empregados registrados
Cultivo de mandioca
E ainda crio um gadinho
E ainda vivo “NA TOCA”
Quem trabalha o dia todo
E pega estrada de chão
Será que não merece
Um pouco de distração?!
O problema é muito sério
Para quem quer produzir
Sem o recurso da energia
É difícil prosseguir.
A energia está perto
Dois quilometros de distância
De cá posso ver o brilho
Das casas de outra estância
Eu quero alguém que me ouça
Que atenda ao meu apelo
No “PROGRAMA” eu me inscrevi
Para tentar resolvê-lo.
Já estou na terceira idade
Tenho sonhos e ilusão
E busco na realidade
O direito do cidadão.
Não tenho recursos próprios
Para tal empreendimento
Dos meus pais herdei a terra
E vivo esse tormento.
Quero acreditar no governo
Que tem me feito sonhar
Com o quê meus pais não tiveram
Mas que preciso alcançar.
Por favor, presidenta
O governo todo, aí!!!
Pensem em tudo o que eu disse
Só tenho um jeito: PEDIR!
Pedir e acreditar
De urgência vou precisar
Já vivo tantos transtornos
Não dá mais pra esperar.
Agora com a internet
Pra tudo socializar
Eu faço o meu desabafo
Pra vê quem vai me ajudar.
Eu não sou cordelista
Poetisa também não
A necessidade e os problemas
Serviram de inspiração.
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Esta é a história recente de pequenos proprietários rurais que, por falta de energia nas sedes, veem suas casas arrombadas por ladrões, devido à ausência de trabalhadores que, antes, moravam, trabalhavam e cuidavam dessas propriedades.
Zali Figueira Mendes, proprietária rural, cultiva a mandioca, sem o recurso da energia para o benefício e para o aproveitamento do subproduto, na alimentação do gado. Email: z.figueira@hotmail.com – Telefones para contato:
(077) 3421-8246 ou (077) 8807-0944
Fazenda Quatis - Municpio de Vitória da Conquiata - Bahia
08 de agosto de 2011
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