Preocupado com a existência de contaminação da água em algumas localidades no Município de Ituaçú, 470 km de Salvador, o Movimento Contra a Morte Prematura - MCMP, através do seu presidente, o ambientalista André Cairo, faz um alerta à Prefeitura Municipal de Ituaçú para providências urgentes, na descontaminação de parte da água servida à população, originária de corrente fluvial e lagoa, em especial através do abastecimento fornecido pela Prefeitura, através de caminhões tanques e canalizações, onde se constata a presença de caramujos no interior de canos, sabendo-se que outra parte da água é fornecida pela EMBASA, Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A., tendo constatado pessoas contaminadas por protozoários e bactérias que comprometem seriamente a saúde, a exemplo do schistosoma, da salmonela etc., que provocam parasitose grave, responsável por milhares de mortes no Brasil, encontradas no Rio que abastece a cidade, onde pessoas tomam banho, podendo se transformar numa pandemia, além da propagação da leishmaniose e doença de chagas, mosquitos hematófagos presentes na região.
Segundo o médico da Família, Dr. Franklin Cavalcante Braga, residente em Ituaçu, o problema é sério, sendo diagnosticados aproximadamente 50 novos casos de Leishmaniose e Esquistossomose por mês, fora os casos em que a Assistência Básica de Saúde não consegue atingir, causados pelo desabastecimento de água de qualidade para a população, onde a água que se tem, seja ela dos rios ou torneiras, está infestada pelo Schistossoma mansoni, tanto na sede como na zona rural, forçando a população conviver com um grande número de cachorros infectados por Leishmaniose, nas ruas da cidade, onde a doença é transmitida por picada de mosquito que anteriormente picou um cão Infectado. Informa ainda, que estas Parasitoses podem causar seqüelas irreversíveis à saúde humana.
Quanto à Esquistossomose o paciente pode morrer vomitando sangue, por uma Hemorragia Digestiva Alta, o que ocorre em 100% dos casos de Esquistossomose não tratados, e para piorar o acesso da população ao medicamento de referência (Praziquantel), é cerceado por falta da medicação no município. Dr. Braga nos relata, quando trabalhava no município, diagnosticou uma criança de 2 anos infectada há alguns meses por Leishmaniose, apresentando um quadro de Anemia grave, grande aumento do volume abdominal, febril, fraqueza e falta de apetite, acompanhada por seu genitor, procurando assistência médica no CEMMAR (Centro de Especialidades Médicas Marlene Ribeiro), não sendo diagnosticada e nem tratada pela rede municipal de saúde, o que poderia ter levado à morte, se o Dr. Braga não tivesse encaminhado a criança para Vitória da Conquista.
Tudo isto poderia ser evitado se houvesse uma campanha educativa nas escolas e com a população, capacitação dos profissionais de saúde, política de saneamento básico, vigilância sanitária efetiva, poços artesianos nas comunidades rurais. Finaliza Dr. Franklin Braga, nos informando existência de outras doenças endêmicas em Ituaçu, como Chagas e Hanseníase (Lepra) também negligenciadas pela Gestão Municipal.
O MCMP chama a atenção do Prefeito Juvenal Wanderley Neto e das Autoridades de Saúde da Bahia, para solução imediata do sério problema, evitando a continuidade de óbitos e seqüelas irreparáveis em pessoas inocentes, iminência de perigo etc. Finaliza André Cairo, esperando providências enérgicas, em vias de realizar um protesto em defesa da vida, evitando que pessoas continuem morrendo antes do tempo.
FONTE: ASCOM do MCMP
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