sábado, 28 de maio de 2011

Dilma ameaçou reataliar PMDB demitindo 1 ministro

Sérgio Lima/Folha

A crônica da votação do Código Florestal, primeira grande derrota de Dilma Rousseff na Câmara, contém uma ameaça não concretizada de Dilma Rousseff.

Informada de que o PMDB articulava emenda anistiando fazendeiros multados por desmatamentos feitos até 2008, a presidente abespinhou-se.

Na véspera da votação, Dilma mandou o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) dar um aviso ao vice-presidente Michel Temer.

Se o PMDB não recuasse, disse Palocci a Temer, seria mandada ao ‘Diário Oficial’ a demissão do ministro Wagner Rossi (Agricultura).

Seguiu-se um diálogo acerbo. Presidente licenciado do PMDB, Temer se absteve de pegar em lanças pela rejeição da emenda de seu partido.

Os operadores do PMDB no Congresso desdenharam da hipótese de retaliação. Decidiram pagar pra ver, como se diz.

Sobreveio a votação. A proposta do PMDB foi aprovada por 273 votos contra 182. E Wagner Rossi, um apadrinhado de Temer, continuou ministro.

Deve-se sobretudo a Lula a sobrevivência do ministro. Em sua passagem de dois dias por Brasília, o ex-soberano desaconselhou a medida extrema.

O próprio Palocci, pombo-correio da ameaça, cuidou de apaziguar os ânimos de Dilma. E a presidente recuou.

O episódio é revelador. Expõe a fragilidade política do governo, acuado pela crise aberta desde a revelação da prosperidade patrimonial de Palocci.

Sob inspiração de Lula, a ideia de retaliação foi substituída por um convite de almoço.

A exemplo do que fez com o PT nesta semana, Dilma vai franquear a mesa do Alvorada aos senadores do PMDB na próxima semana.

FONTE: FOLHA.com

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