sábado, 26 de março de 2011

Cidade gaúcha tem dez vezes mais gêmeos que o normal; gene explica fenômeno

Cidade tem dez vezes mais gêmeos do que o considerado normal - Reprodução TV GloboSÃO PAULO - A cidade gaúcha de Cândido Godói ganhou notoriedade por um motivo inusitado: desde 1927 foi registrado o nascimento de 140 pares de gêmeos, dez vezes o número considerado normal para este período de tempo. Só na localidade de Linha de São Pedro, de 350 moradores, há 44 pares de gêmeos. Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande o Sul revelou o mistério. Um gene é o responsável pelo nascimento de tantos gêmeos na cidade de 6.500 habitantes. Agora, os cientistas vão passar mais dois anos na 'cidade dos gêmeos' para aprofundar os estudos.

Nesta sexta-feira, a manhã foi de expectativa em Cândido Godói. O salão paroquial ficou lotado à espera do anúncio da pesquisa. Todos queriam saber o motivo do nascimento de tantos gêmeos.

- Estamos curiosas para saber o que é. Se é da água ou qual o motivo de tantos gêmeos - disse Regina Dresh, dona de casa.

A pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande o Sul incluiu a história das famílias, registros de nascimentos, batismo e até as lápides de cemitérios. Há dois anos, mulheres que tiveram filhos gêmeos e que tiveram um único filho passaram por exames de DNA.

- Descobrimos um gene que tem duas formas diferentes. Estas duas formas acontecem na população em geral, mas aqui, especificamente, tem uma forma muito mais frequente nas mães de gêmeos do que nas mães de não-gêmeos. A outra coisa que foi diferente entre as mães de gêmeos e as mães de não-gêmeos é que as primeiras bebiam mais água de poço na época em que engravidaram - afirma Lavínia Schuler Faccini, pesquisadora da UFRGS.

A equipe da universidade já anunciou que vai continuar o trabalho para entender melhor como funciona o gene que gerou tantos gêmeos na cidade.

- O que a gente vai fazer agora é começar uma série de pesquisas para entender como esse gene age. É um passo a mais para a gente entender o fenômeno na fertilidade e da infertilidade - explica a pesquisadora.

FONTE: O Globo

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