terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Militar do Congo pega 20 anos de prisão por estupro em massa

Kibibi Mutware foi considerado culpado de crimes contra a humanidade

Um tenente-coronel da República Democrática do Congo foi condenado nesta segunda-feira a 20 anos de prisão por ordenar o estupro em massa de civis no leste do país no dia primeiro de janeiro.

O Tribunal Militar considerou Kibibi Mutware culpado de crimes contra a humanidade por enviar seus soldados para estuprar e espancar os moradores e saquear a população da vila de Fizi, na província de Kivu do Sul.

O julgamento, na cidade de Baraka, não muito longe de Fizi, contou com o testemunho de 49 mulheres.

O correspondente da BBC Thomas Hubert afirmou que esta foi a primeira condenação no país de um oficial de comando por estupro. E acrescentou que é incomum um número tão grande de vítimas testemunhar no Congo contra estupradores.

Agências de ajuda humanitária apontam os soldados do governo como o maior grupo de responsáveis pela violência sexual na região onde ocorreram os estupros, de acordo com Hubert.

Além dos 20 anos a Mutware, os juízes da corte de Baraka também sentenciaram oito militares a penas que variam entre dez e 20 anos.

Há vários relatos de estupro nesta região do país, mas acredita-se que este tenha sido o maior caso de estupro em massa envolvendo o Exercito congolês.

Testemunhas

Acredita-se que mais de 60 mulheres foram estupradas em Fizi no dia primeiro de janeiro.
Antes de o veredicto ser divulgado, muitas destas mulheres se reuniram no centro para vítimas de estupros em Fizi.

"Eu estava fugindo da violência mas, infelizmente, encontrei quatro soldados", disse uma mulher de 29 anos, mãe de cinco filhos, à BBC.

"Eles começaram a rasgar a calça que eu estava usando. Eles tiraram meu filho dos meus braços e o deixaram no chão. Então eles tiveram relações sexuais comigo", afirmou a mulher a respeito dos eventos do dia primeiro de janeiro.

FONTE: Folha Online via Portal da Metrópole

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