Aliados se reúnem antes de votar sobre depoimento de Dilma e Erenice no Senado e boicotam a CCJ
Senadores aliados ao presidente Lula participarão de um encontro nesta quinta-feira para definir qual posição tomar frente à reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que votará convites à candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, e à ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, para darem explicações sobre as denúncias de tráfico de influência na pasta. De acordo com o senador Eduardo Suplicy (PT), houve uma conversa nesta quarta-feira entre ele, o senador Romero Jucá (PMDB), e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em que foi decidido que “é importante que possamos dialogar antes de uma sessão como esta para não haver desgaste dos senadores do governo”.
O senador petista já havia afirmado que “houve, da parte do ministério [de Relações Institucionais, de Padilha], a orientação para que não houvesse presença hoje”. Suplicy se refere à reunião da CCJ convocada nesta quarta-feira pelo presidente da comissão, senador Demóstenes Torres (DEM), para decidir os requerimentos de autoria do senador Álvaro Dias (PSDB). Por falta de quórum – presença mínima dos senadores – a sessão não foi aberta. Como Dilma e Erenice não são mais ministras, elas podem ser apenas convidadas a falar. Não cabe convocação obrigatória.
Mesmo assim, Suplicy explica que a reunião poderá ser realizada normalmente na próxima semana, em 13 ou 20 de outubro – por conta do feriado do dia 12 – após a conversa entre os aliados. “O presidente Lula e Dilma estão tomando medidas para apurar todos os fatos e nós, do Congresso, temos a responsabilidade constitucional de legislar e fiscalizar o esclarecimento de cada um desses episódios”, disse o senador.
Manobra do governo – Já o senador Demóstenes Torres (DEM), diz estar “profundamento desiludido com a manobra do governo em forçar o não comparecimento dos senadores aliados à sessão desta quarta”. De acordo com o democrata, pedir requerimento é “apenas para aprovar ou rejeitar”. “Nós ficamos sem trabalhar, já saiu recesso branco e não se vota mais nada e, agora, fizemos esse papel de palhaço”.
FONTE: Veja por Marina Dias
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