quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Dilma tenta recuperar votos de evangélicos e católicos

Petista tenta conquistar votos de religiosos (Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação)

A presidenciável do PT, Dilma Rousseff, reuniu-se nesta quarta-feira, em Brasília, com 27 representantes de igrejas evangélicas e católicas na tentativa de recuperar os votos perdidos entre os religiosos. A queda da candidata na pesquisa Datafolha divulgada na terça-feira foi atribuída, em parte, a boatos espalhados pela internet. Ela teria dito a auxiliares que nem Jesus Cristo barraria sua vitória.

A candidata repudiou as afirmações contra ela e disse que, por ser católica, “jamais usaria o nome de Cristo em vão”. A ex-ministra lamentou ainda o que chamou de “calúnia e vilania” contra ela. “Essa tentativa vem do submundo da política para me denegrir. Não é um clima de amor, mas de ódio”, afirmou.


Dilma tentou agradar os religiosos de todas as formas. Disse ser contra o aborto e delegou a responsabilidade por eventuais mudanças na legislação sobre o assunto ao Congresso Nacional. Ela também prometeu combater a gravidez precoce, a prostituição infantil e as drogas.

A petista disse que, em seu eventual governo, haverá diálogo e cooperação com as entidades. Ela afirmou estar disposta a ouvir críticas. E aproveitou para falar do compromisso com os mais pobres e com as crianças – temas de constante preocupação da Igreja.

Votos – Apesar de a candidata negar que o encontro foi promovido para sensibilizar os eleitores religiosos, a maioria dos presentes saiu convencida a buscar votos para a petista nestes últimos três dias de campanha. Disseram que as dúvidas que ainda persistiam contra a candidata foram esclarecidas e que estão prontos para iniciar a mobilização.

Entre os que deverão pedir votos para Dilma está o presidente da Igreja Sara Nossa Terra, o bispo Robson Rodovalho. “Ela pediu para que nós pudéssemos transmitir a verdade para o nosso povo. Vamos tentar aproveitar os últimos dias que temos para conscientizar o máximo possível, por telefone e e-mail”, declarou Rodovalho. Segundo ele, “os evangélicos deixaram para decidir de última hora”. A Sara Nossa Terra tem mil templos no país e um milhão de fieis.

Antes mesmo do encontro, o bispo Manuel Ferreira já havia escrito uma carta aos religiosos em nome do Conselho Nacional das Assembleias de Deus no Brasil – Ministério de Madureira (Conamad).  No texto, ele repudia boatos contra Dilma, descrevendo-os como “mera ficção e sórdida mentira”. O bispo reitera ainda “apoio total e irreversível” à candidatura da ex-ministra. Aos jornalistas, Ferreira disse que vai incentivar os fiéis a votarem em Dilma.

Os representantes da Igreja Católica optaram pela neutralidade e deixaram o encontro sem dizer que pedirão votos por Dilma. Após ouvirem as promessas da candidata, disseram apenas esperar que elas sejam cumpridas, em caso de vitória da petista.

Também estavam presentes entidades como Assembleia de Deus, Igreja Universal, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Comissão Brasileira de Justiça e Paz e Igreja Batista. Como de costume, um personagem muito ligado à Igreja Católica compareceu: o chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho.

FONTE: Veja                           (Luciana Marques, de Brasília)

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