Hoje assinala-se os 100 anos do Dia Internacional da Mulher. Apesar de serem cada vez mais as senhoras que saem das universidades, ainda são poucas as que estão no topo das grandes organizações. Os novos dados do INE dão que pensar.
Em 1910, em Copenhaga, foi instituído o Dia Internacional da Mulher. Foi o culminar de um movimento de manifestações nos Estados Unidos - Chicago, Boston e Nova Iorque - levado a cabo, sobretudo, pelas trabalhadoras da indústria têxtil e que reclamavam melhores condições de vida e de trabalho.
Hoje as mulheres já não necessitam de sair à rua da mesma forma, mas precisam fazer-se ouvir, sobretudo, nas empresas e no parlamento. Faltam talentos femininos nos lugares de topo. Nas empresas do PSI 20 (índice da Bolsa de Lisboa) há 418 administradores, dos quais apenas 19 mulheres e dessas só 9 são executivas. No parlamento elas também estão em minoria e no governo há cinco ministras. Nada mau, mas mais uma vez uma minoria.
Contudo, os dados revelados agora pelo INE - Instituto Nacional de Estatistica -confirmam que as mulheres são a maioria da população chegando aos 51,6%. Mostram ainda que as mulheres representam 59,6% das diplomadas pelo ensino superior no ano lectivo 2008/2009.
Na investigação que desenvolvi para o meu livro "O Homem Certo para Gerir uma Empresa é uma Mulher" - que chega agora à 3ª edição - comprovei junto 25 de mulheres com cargos executivos a capacidade para liderar e gerir. Confirmei o quando a inteligência emocional da mulher está desenvolvida, estando mais atenta ao que se passa ao seu redor, e que a capacidade multitask (de fazer várias coisas ao mesmo tempo) também acaba, regra geral, por beneficiá-las.
Um estudo da Accenture divulgado hoje revela que as mulheres enfrentam melhor a pressão, têm maior capacidade de resistência, conseguem adaptar-se a novos desafios e são mais flexíveis do que os colegas homens. Para 71% dos executivos entrevistados pela Accenture estas são condições essenciais para o sucesso. O estudo mostra ainda que elas têm forte capacidade de resiliência e ganham vantagem aos homens quando trabalham em equipa e têm de lidar com diferentes perfis de pessoas.
No Dia Internacional da Mulher podemos dizer que elas estão no caminho certo. Mas falta ainda uma mudança cultural e mental, sobretudo nos países latinos. Ao mesmo tempo, a falta de uma forte rede social de apoio à infância continua a penalizar as mulheres que são mães e querem ter uma carreira.
Para colmatar essa fraqueza também cabe ao homem/pai/marido assumir mais o seu papel em casa e na família e substituir a palavra "ajudar" pela expressão "partilhar" no que diz respeito a tarefas do lar. Se encararmos a nossa vivência, enquanto família, como uma equipa de futebol ganhadora todos (incluindo as empresas) temos a lucrar com isso.
FONTE: ExameExpresso por Rosália Amorim IMAGEM: Google
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